A Ascensão das Redes de Infraestrutura Física Descentralizada (DePIN)
O conceito de Redes de Infraestrutura Física Descentralizada (DePIN) ganhou atenção significativa em 2024, embora suas raízes remontem a períodos anteriores. O termo DePIN foi popularizado no final de 2022 pela Messari, que categorizou vários projetos sob esse guarda-chuva. Entre os DePINs pioneiros, a Helium se destaca com sua extensa rede de mais de 996.000 roteadores e uma capitalização de mercado superior a US$ 1 bilhão para seu token HNT. A Helium exemplifica os benefícios práticos da descentralização, fornecendo cobertura 5G localizada que as infraestruturas de telecomunicações tradicionais muitas vezes negligenciam. Essa mudança em direção a soluções descentralizadas reflete um reconhecimento crescente do valor que elas trazem além da mera segurança e resistência à censura.
À medida que o cenário DePIN evolui, especialistas como Álvaro Gracia e Sean Carey estão explorando novas categorizções para essas redes. Eles distinguem entre redes ‘sob medida’, que requerem hardware específico como a Helium, e redes ‘commodities’ que podem operar em dispositivos comuns, como smartphones. Projetos como NATIX e Wingbits ilustram essa tendência, permitindo que os usuários ganhem tokens ao contribuir com dados por meio de seus dispositivos. Essas inovações sugerem que o potencial de disrupção no espaço DePIN é vasto, especialmente à medida que mais indivíduos podem participar sem a necessidade de infraestrutura especializada.
Olhando para o futuro, os DePINs estão prontos para transformar vários setores, incluindo a infraestrutura de carregamento de veículos elétricos (EV). Com a adoção de EV superando a criação de estações de carregamento públicas, soluções descentralizadas estão surgindo para conectar proprietários de EV a carregadores privados. Iniciativas como PowerPod aproveitam incentivos em tokens para encorajar a participação, enquanto a Minima explora um modelo onde os tokens gerenciam o acesso em vez de servir como pagamento. Essa abordagem pode redefinir a forma como os usuários interagem com a infraestrutura de carregamento, misturando tecnologia descentralizada com sistemas de pagamento fiat tradicionais, ampliando assim o apelo e a usabilidade dos DePINs na vida cotidiana.